Texto base: Rute 1:1-18
Apesar dos inúmeros homens citados nas Escrituras, algumas mulheres também se
destacaram, tornando-se grandes exemplos.
Rute era uma mulher moabita que havia se
casado com um judeu. O início de sua história foi marcado por muitos problemas.
Havia fome na terra, seu marido morreu, bem como o cunhado e o sogro. O fato de
ser moabita lembrava a origem vergonhosa de seu povo, fruto do relacionamento
de Ló com uma das filhas (Gênesis 19:37).
Sendo mulher, estava sujeita a uma série de restrições da época. Não poderia,
por exemplo, começar um negócio próprio para ganhar seu sustento. Tudo estava
contra Rute: mulher, moabita, fora de sua terra, viúva e desamparada. Tudo
parecia perdido e destruído, mas era só o começo de uma linda história.
Rute apegou-se à sua sogra, Noemi, uma serva
de Deus. Foi uma relação de
companheirismo em tempos difíceis. A história de Rute não começa com uma visão
espiritual extraordinária, mas com relacionamentos humanos. Não podemos nem
devemos espiritualizar tudo, principalmente no sentido de eliminarmos elementos
naturais necessários às nossas vidas. Nosso relacionamento com Deus envolverá também outras pessoas
que caminham conosco no mesmo propósito. A Palavra
do Senhor não incentiva o individualismo nem o isolamento, mas a comunhão
dos servos de Deus.
Apesar dos problemas, Rute era uma mulher
determinada, resolvida, como lemos no versículo 18.
Embora o relato possa parecer apenas uma saga
familiar, a atitude de Rute era espiritual em sua essência, como vemos na sua
afirmação: “o teu Deus é o meu Deus” (Rute 1:16).
Aquela mulher estava disposta a morrer, se
preciso fosse, para manter o seu propósito de uma vida nova em Israel.
Retroceder, jamais. Voltar à terra de Moabe, à idolatria? Nunca (Rute 1:15).
O que ficou para trás, na antiga vida de pecado, não merece retorno. Tal deve
ser a nossa determinação e perseverança no compromisso com Deus.
Na sequência da história, verifica-se a
mudança da situação de Rute. É um novo capítulo, com muito trabalho, muito
esforço, na humilde tarefa de recolher o resto da lavoura, destinado aos
órfãos, viúvas e estrangeiros (Dt 24.19).
Mais tarde, veio o casamento de Rute com Boaz,
um proprietário de terras em Judá. Era o fim dos problemas sentimentais e
financeiros de Rute, mas tudo isso ainda não era o mais importante, como
podemos ser tentados a imaginar.
Da união de Rute e Boaz, nasceu Obede, avô do
rei Davi, de cuja descendência veio Jesus
Cristo. Por isso, Rute foi citada no primeiro capítulo do Novo Testamento,
na genealogia do Salvador (Mt 1.5).
O propósito de Deus era superior a tudo que Rute poderia imaginar, mas a sua
perseverança foi um fator fundamental em sua história.
Pr. Anísio Renato de Andrade
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