Posso dizer, sem medo de errar, que a quase a
totalidade das pessoas que procuram uma igreja, que buscam ao Senhor
Jesus, ou que aceitam fazer um
movimento evangelístico, fazem porque não aguentam mais chorar. Querem receber
um consolo, a paz, a alegria e uma qualidade de vida que nunca tiveram, mas que
já ouviram falar do testemunho de pessoas que foram abençoados por Jesus.
Imagine-se agora sentado na grama aos pés do monte e ouvir esta afirmação:
“felizes meus amigos, são aqueles que choram, porque serão consolados”.
O povo
de Israel naquele tempo estava escravizado como nação, aguardando ansiosamente
a vinda do Messias, mas ainda era um povo orgulhoso, que impunha rígidas regras
de convivência e manifestação de uma “espiritualidade” externa, mas sem uma real
transformação interna. A fala de Jesus quebra a arrogância, pois Ele
espera que nós busquemos a imagem e o padrão que nos ensinou e que o choro ao
qual se refere, é a manifestação espiritual resultado de quem tem um espírito
humilde. Jesus chorou ante o tumulo de seu amigo Lazaro, não porque ele
estava morto, até porque instantes depois ele seria ressurreto, mas por causa
desta coisa horrenda, feia, desgraçada que se chama pecado, que nos mata pouco
a pouco, destrói a nossa alegria e a nossa paz, roubando a nossa esperança e a
nossa fé. Jesus chorou diante de Jerusalém que matava seus profetas e nos
exorta a chorar por nossas cidades, destruídas pela malignidade, que continua a
impedir a manifestação dos seus profetas, porque o povo que nela habita deseja
mais os prazeres da carne, do que a misericórdia e a graça do Senhor.
Jesus está nos chamando para chorar por nossos filhos, cônjuges, pais,
irmãos, amigos, pois como também são pecadores e estão longe de Deus,
são carentes da sua graça. Chore pela injustiça, pela violência, pela
malignidade que destrói a nossa sociedade e o nosso povo. Choremos, pois, até
que sejamos consolados pela bendita esperança que se descobre no horizonte,
pois quem assim faz, terá suas lágrimas enxutas e mesmo que semeiem chorando,
voltarão para suas casas jubilosos com a colheita em suas mãos.
Rev. Fred Souto
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